Voltámos às despedidas

"A man travels the world over in search of what he needs and returns home to find it." - George A. Moore


Voltei.

Escrevi muitas vezes neste blog sobre os amores e desamores de toda uma adolescência e início de vida adulta. Não foram muitos, não ficaram para contar os anos, mas ficaram as lições e os momentos que fazem parte do caminho (cliché, bem sei...).

E, depois, veio a surpresa. 

Tinha escolhido acreditar que, talvez, eu fosse uma daquelas pessoas para quem o trabalho, a família e os amigos eram suficientes. A amiga a quem se pode ligar de madrugada só para falar e ir dar uma volta, a prima que ouve sem criticar as aventuras na escola e fora dela, a colega que faz o trabalho dela e ajuda em tudo o que puder, porque não custa nada.

As viagens de trabalho, o estar em lugar nenhum porque os aeroportos eram a nova versão de casa, era o que era.

E, de repente, plano sabotado porque (surpresa!) apareceu a peça do puzzle que tinha desistido de acreditar que existia.

Ao contrário de todos os amores e desamores anteriores, não te consegui escrever. Não te queria escrever, talvez numa inconsciência consciente de que, se te tentasse pôr no papel, me ias escapar entre os dedos e ficar só na tinta que gastei. 

Não te escrevi, escolhi viver-te e ser, nas formas mais simples, o mais ridiculamente feliz que já fui. 

Entretanto acordámos, na realidade de que (mais uma frase cliché) gostar não chega. Não somos assim tão egoístas.

Passaram meses, não me procuraste e eu - como prometido - também não. Gostava de saber como teria sido noutro tempo, noutra vida qualquer (tua e minha). Será que ficavas e fazíamos isto bem?

Disseste-me muitas vezes que nem tudo tem um porquê, mas eu acho que tem. Mesmo quando não é dito em voz alta.

Tenho de te tirar de mim, mas não sei fazer isto. Lutei tanto para não seres real... e agora não sei ser real sem ti.

E voltámos às despedidas, daquelas sobre as quais achei que não ia voltar a escrever, mas tem de ser.


M



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