Conversa de Estranhos

A vida segue, em olhares e vozes de estranhos que me despertam a atenção. Sentada num banco, enquanto apanho sol e leio um livro, respiro fundo e encontro-me em mim. 

Chegou um casal que, entretanto, percebi ser apenas um par de amigos felizes. Sentaram-se à minha frente, cada um com a sua mini, e estão a ter uma conversa deveras interessante sobre a vida em geral. Ela, inglesa, anda 
à procura de um sentido para "isto tudo" e vai dizendo "I can't live life just because it's simple. I could be sitting at my parents house in London, doing nothing and feeling alone. But I needed to find a way to get some answers and I decided to come on this 6 months trip(...)". Ele - português - vai dizendo que sim, dando algumas opiniões e desabafando sobre as namoradas que nunca tem por muito tempo. Ela continua, a falar do namorado que "has something to do and enters in his own world. He leaves me out and I couldn't get to him so I left." 

A conversa durou até que, de repente, ele se levanta, chama-lhe "selfish bitch" e vai-se embora enquanto ela fica a chorar no miradouro à minha frente. Esta é a parte em que devia admitir que estava a ouvir a conversa e me apetecia dizer-lhe que ele não teve razão. Mas, antes de eu ganhar coragem, ele voltou. Discutem e apercebo-me que - segundo ele - ela era uma "selfish bitch" porque o queria ajudar e combinar algo para o dia seguinte com uma rapariga em que ele estava interessado. 

Conclusão... ele voltou a ir-se embora, depois de dizerem um ao outro que não se iam voltar a falar. A minha paz de espírito momentânea foi-se, decidi ir-me embora enquanto lia um postal que dizia "Life is too short and the world is too small".


M

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