Como começar?

Já há algum tempo que andava curiosa para ver como seria ter um blogue, por isso aqui estou. Aqui deixo, para começar, um poema da minha autoria.

"Escrevo-te"

Escrevo-te...

Nas linhas de um caderno

Gasto pelo tempo.

Escrevo-te...

A cada ponteiro que não pára

Em direcção ao futuro.

Escrevo-te...

A cada palavra,

A cada segundo,

Em todo o meu silêncio

E todo o meu furor.

Escrevo-te...

Porque não sei escrever sem ti.

Aqui e ali,

Estás na ponta do meu lápis,

Neste carvão que te diz...

Diz-te ausente,

Tão presente,

Falando ao meu ouvido

Sem mais ninguém te ouvir.

Hoje,

Escrevo-te.

Amanhã,

Escrever-te-ei.

Ontem,

Escrevi-te,

Descrevi-te,

E posso voltar a tentar.

Porque ontem

Cometi um erro,

Tentei pôr-te no papel...

Agora corrijo-me

E volto a pôr-te aqui,

Sabendo que não permaneces...

Neste papel

Só te escrevo,

E posso sempre voltar a escrever-te...

Mas tu,

No teu corpo e alma,

És muito mais que este

Pedaço de nada.

E voas para longe

Desta minha mão,

Foges-me

E fico feliz...

Isto não és tu,

É para ti,

No entanto não és tu,

É apenas o meu pensamento de ti...


M

Comentários

  1. Não sei bem porquê, os espaços entre as estrofes desapareceram! Enfim...

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  2. A escrita constante e vincada do que teima em fugir. Pode não ser permanente a sua presença, mas certamente fica um reflexo da tua alma. E como o que procuras é importante para ti, faz parte dessa tua alma e faz parte dos bocadinhos de papel gasto que se vão acumulando com o tempo, com a saudade e com o desejo.

    Loira

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