Como começar?
"Escrevo-te"
Escrevo-te...
Nas linhas de um caderno
Gasto pelo tempo.
Escrevo-te...
A cada ponteiro que não pára
Em direcção ao futuro.
Escrevo-te...
A cada palavra,
A cada segundo,
Em todo o meu silêncio
E todo o meu furor.
Escrevo-te...
Porque não sei escrever sem ti.
Aqui e ali,
Estás na ponta do meu lápis,
Neste carvão que te diz...
Diz-te ausente,
Tão presente,
Falando ao meu ouvido
Sem mais ninguém te ouvir.
Hoje,
Escrevo-te.
Amanhã,
Escrever-te-ei.
Ontem,
Escrevi-te,
Descrevi-te,
E posso voltar a tentar.
Porque ontem
Cometi um erro,
Tentei pôr-te no papel...
Agora corrijo-me
E volto a pôr-te aqui,
Sabendo que não permaneces...
Neste papel
Só te escrevo,
E posso sempre voltar a escrever-te...
Mas tu,
No teu corpo e alma,
És muito mais que este
Pedaço de nada.
E voas para longe
Desta minha mão,
Foges-me
E fico feliz...
Isto não és tu,
É para ti,
No entanto não és tu,
É apenas o meu pensamento de ti...
M
Não sei bem porquê, os espaços entre as estrofes desapareceram! Enfim...
ResponderEliminarA escrita constante e vincada do que teima em fugir. Pode não ser permanente a sua presença, mas certamente fica um reflexo da tua alma. E como o que procuras é importante para ti, faz parte dessa tua alma e faz parte dos bocadinhos de papel gasto que se vão acumulando com o tempo, com a saudade e com o desejo.
ResponderEliminarLoira